Por Flávia Vieira (Editoria de Literatura)
Uma leitura do quarto capítulo do livro 1968, O ano que não terminou, de Zuenir Ventura nos dá um bom panorama da relação de intimidade daqueles que protagonizaram a época com a literatura. Segundo o autor, a geração de 68 talvez tenha sido a última geração literária no Brasil e já na década de 80, do século passado, Zuenir afirma: “Lia-se como hoje se vê televisão”.
O cenário apresentado pelo autor nos traz muitas curiosidades como: embora as listas de best sellers não surpreendentemente estivessem repletas de nomes como Marx, Mão, Guevara, Gramsci, Marcuse, entre outros pensadores, um em cada três livros publicados era sobre sexo. O que reafirma o caráter revolucionário da época. Só a pluralidade de buscas e idéias justificariam tamanha efervescência. Um olhar mais atento sobre aquilo que se lia e se produzia em 68, e na década de 60 como um todo, nos permite afirmar que foi a leitura um dos pilares dessa geração.
A seguir enumeramos fatos que relacionados a literatura ocorridos no ano de 1968:
- Pela primeira vez em língua portuguesa se publicou O Capital em edição integral;
- O escritor japonês Yasunari Kawabata recebe o Prêmio Nobel de Literatura;
- José Aguiar Editora lança a primeira edição da obra poética de Vinicius de Moraes;
- João Cabral de Mello Neto torna-se um imortal na Academia Brasileira de letras;
- Criação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ);
- Clarice Lispector é agraciada pela ordem Calumga concedido pela Campanha Nacional da criança pelo livro O Mistério do Coelho Pensante;
- É publicado Meu pé de laranja lima de José Mauro Vasconcellos, que se tornou uns dos campeões em adaptações para o cinema e a televisão.
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