Adivinhe quem vem para jantar foi lançado em 1967 nos EUA e assistido em 1968 quando a luta pelos direitos civis agitava a América. Apesar de a violência racial correr solta do lado de fora dos cinemas na época do lançamento, nessa comédia romântica tudo se resolve com muita conversa. Algumas idéias sustentam o enredo de forma bem direta como a de que há negros com currículos impecáveis nos EUA; há brancos liberais e negros racistas por lá; o racismo aflora em situações limite nas melhores famílias; alguns negros não querem integração com os brancos e quebrar tabus é para os fortes ou muito apaixonados. Ah, como sempre, o amor é lindo e transforma o mundo.
O filme gira em torno do desconfortável jantar em que a filha de um rico e liberal proprietário de um jornal de São Francisco e sua mulher são confrontados pela filha Joanna de 23 anos, onde foi criada ouvindo os pais combaterem qualquer tipo de discriminação, principalmente no que tange ao relacionamento entre brancos e negros. Quando ela leva seu namorado (um médico negro) e os pais dele para jantar (e anunciar o casamento). A hipocrisia do discurso liberal e as contradições da racista sociedade norte-americana explodem por todos os lados, em interpretações memoráveis.
O casal de classe média americana precisa reavaliar seus princípios quando descobre que sua filha está namorando um rapaz negro inteligente e de promissora carreira. Dirigido por Stanley Kramer (Julgamento em Nurenberg) e com Spencer Tracy, Sidney Poitier e Katharine Hepburn no elenco. Vencedor de dois prêmios Oscar.
John (Sidney Poitier) e Joanna (Katharine Hougthon) se conheceram durante uma viagem, em pouco tempo se apaixonaram irreversivelmente e agora querem se casar o mais breve possível. O filme começa com o casal de pombinhos chegando de surpresa à casa da moça. Ela quer apresentar o novo namorado aos pais e falar com eles sobre a idéia do casamento. Joanna é uma moça refinada e jovial e John um médico viúvo com um currículo invejável. Os pais da moça são pessoas instruídas, bem sucedidas e liberais. Só há um probleminha que ninguém quer mencionar com todas as letras: ela é branca e ele, negro.
De férias, no Havaí, ela conhece e se apaixona pelo Dr. John Wade Prentice, médico negro, dez anos mais velho que ela, sendo por ele correspondido. Ao concluir uma série de palestras na Universidade local, o médico deve retornar à Genebra, onde é diretor da Organização Mundial de Saúde. Decidida a se casar com ele, Joanna pede-lhe que, em sua viagem de volta à Suíça, ele passe um dia na Califórnia a fim de conhecer seus pais. Assim, os dois viajam juntos para São Francisco. Do aeroporto, antes de seguirem para a casa de Joanna, a jovem decide passar pela Galeria de Arte da mãe, mas não a encontra. A Sra. Hilary St. George, que trabalha com Christina, mostra-se curiosa em relação ao jovem casal.
Uma vez em casa, Tillie, empregada negra da família há mais de 20 anos, recebe mal o médico por achar que, sendo de cor, não é digno de Joanna. Christina chega, logo a seguir e, após se sentir chocada com a notícia inesperada, recupera-se e passa a apoiar a filha, principalmente por vê-la tão feliz. Na ocasião, a jovem lhe explica que John deve seguir no dia seguinte para Nova York e, logo depois, para Genebra, enquanto ela deverá permanecer uma semana
O Sr. Drayton chega do jornal e também se sente chocado com a notícia. Embora se comporte de forma extremamente educada com o médico, não nega ser difícil para ele aceitar aquela situação. Pedindo licença, vai até seu escritório, de onde liga para o jornal e pede que levantem nos arquivos todas as informações sobre o médico. Minutos depois, é informado que o Dr. John Prentice é um homem de fama mundial, formado com louvor pela Universidade Johns Hopkins em 1954, tendo lecionado na Universidade de Yale e, em seguida, sido professor de medicina tropical, em Londres, antes de assumir uma diretoria na OMS; do seu currículo, constam ainda a publicação de dois livros e uma lista imensa de monografias e homenagens; no que tange à sua vida pessoal, foi casado com Elizabeth Bowers, com quem teve um filho, mas ambos morreram em um acidente em 1959.
John procura os pais de Joanna, em particular, aos quais diz que, se não houver o consentimento deles, não haverá casamento, pois, embora ame demais a jovem, não quer ser responsável por um desentendimento na família, o que certamente a faria sofrer. Tal colocação deixa o Sr. Drayton sentindo-se ainda mais pressionado a tomar uma decisão em menos de um dia.
Enquanto isso, quando John se comunica com os pais, que residem
Percebendo suas reais intenções, Christina a demite no ato. Logo a seguir, chega ao local monsenhor Mike Ryan, um dos maiores amigos da família. Ao tomar conhecimento da situação, fica muito feliz e passa a dar a maior força aos dois jovens.
Às 19 horas, o Senhor e a Sra. Prentice chegam para o jantar. A exemplo do que está ocorrendo com os pais de Joanna, a mãe de John apóia a decisão do filho, enquanto seu pai mostra-se ainda mais radical que o Sr. Drayton. Vários encontros se sucedem entre os diversos envolvidos: Christina e a Sra. Prentice; o Monsenhor e o Sr. Drayton; John e o pai; o Sr. Drayton e o Sr. Prentice; o Sr. Drayton e a Sra. Prentice.
Ao final, depois de reunir todos na sala de estar, inclusive a empregada Tillie, o Sr. Drayton, num discurso emocionante, faz uma análise perfeita da situação, mostrando principalmente os problemas e dificuldades que o jovem casal vai ter que enfrentar, junto à sociedade cheia de preconceitos, e dizendo que, mesmo assim, não pode deixar de apoiar a decisão da filha. Em seguida, convida todos a passarem para a sala de jantar.
Um comentário:
É mesmo um filme maravilhoso. Um dos melhores que já vi e com mais significado.
Obrigado pelo resumo. Está excelente.
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