terça-feira, 3 de junho de 2008

A moda 'sessentinha'

por Marcus Cardoso (Editoria de Moda); colaborou Bia Vianna, consultora de moda

Passado o deslumbre do pós-guerra, a moda se veste de engajamento sócio-político e permite-se ser livre e democrática

Marlon Brando
Passado o período pós-guerra, a Europa revivia sua efervescência cultural e comercial. Depois anos de racionamento de tudo, inclusive de tecidos, a moda retomava o seu espaço. Assim como alguém que encerra um jejum, os estilistas foram com toda a sede ao pote e, ali pela década de 50, o que se viu foi um extravasar; um verdadeiro exagero têxtil e uma revolução na composição de únicas peças.

Seguindo esse mesmo ritmo, os anos 1960 deram continuidade a essa revolução, que, agora, era encabeçada pelos jovens da época – crianças que nascera do baby-boom que o mundo assistiu após a guerra. The Kids, como era chamada essa geração que era 10% da população mundial de então, tinham atividades, gostos e modos de vestir próprios. Era uma juventude emancipada e com aquela famigerada vontade de mudar o mundo, frutos da 'transviada' turma de James Deans e Marlon Brando.

Demonstrando ojeriza ao modo de vida dos pais, ao conforto burguês e a sociedade de consumo na qual estavam imersos, esses jovens foram os responsáveis por tornar o blue jeans (tido, até então, como roupa de operário, de pobre) em 'uniforme' de sua geração. Inicialmente, este movimento sócio-cultural foi observado nos Estados Unidos, mas não demorou muito para atingir os outros continentes. Como exemplo, na França, em 1968, quando houve o protesto dos movimentos estudantis, não era mais possível distinguir a classe social dos participantes – algo tão comum naqueles tempos.

Em um outro extremo, estavam os hippies. Para expressar sua rebeldia, essa turma fazia uso de roupas de diferentes épocas e países, e cabelos longos. O jeans aqui era bordado, com aplicações, ao lado de calças de algodão com boca-sino acompanhadas de camisas com temáticas indianas. Entre as mulheres, saias bem compridas e flores para adornar os cabelos.

A moda dos anos 1960, então, foi palco para as aspirações da juventude de sua época. No mundo da costura, isso se refletia em guinadas de tendências e abandono do que vinha sendo pregado pelas grandes maisons dos anos 50, como Dior, Galtieur e Balenciaga. A moda tornava-se, aqui, democrática, unissex e absorvia certo caráter contestador, político e até filosófico.


Foi aí que um grande número de novos estilistas despontaram por Paris, entre eles Cacharel e Daniel Hechter. Como conseqüência, viu-se surgir o prêt-à-porter – que seria a moda feita para estar pronta para o consumo em larga escala e não se limitar aos devaneios das passarelas.

Se nos anos 1950, Paris era o grande epicentro da criação, na década seguinte, Londres conquistou o seu espaço e a sua relevância. De lá é Mary Quant, tida pelos 'fashionistas' como a estilista que mais soube se sintonizar com a década de 60. Na capital inglesa, ela abriu a loja Bazaar e uma das ruas mais badaladas da cidade e fez a cabeça de muitos jovens com a sua moda. Em seguida, surgem os Beatles, que também ditaram moda O cabelo comprido, os ternos moderninhos e as roupas coloridas... tudo o que eles usavam virava febre pelo mundo.

Entre as principais inovações e tendências de moda que marcaram os anos 1960 estão o uso de calças pelas mulheres; a releitura dos clássicos em prêt-à-porter, tornando-os acessíveis a todos; o futurismo de Courrèges; o comprimento míni, em mini-vestidos e mini-saias, de Mary Quant; a inspiração na arte, proposta por Yves Saint Laurent; a sagração de Audrey Hepburn como ícone de estilo, vestida por Givenchy; e Chanel como sinônimo de luxo e glamour.

Um comentário:

Anônimo disse...

onde está os assuntos sobre o estilista Courrèges pois eu estava querendo saber sobre as suas criaçõea(Courrèges) e não sobre Chistian Dior ou Chanel vcs poderiam melhorar o site colocando mais assuntos ok débora