terça-feira, 20 de maio de 2008

1968 o ano que não terminou?

Por Mariana Schneiderman (Editoria de Política)

Hoje, 40 anos depois, os sonhos e decepções de uma geração inteira que acreditou nas mudanças culturais e políticas ainda permanecem inesquecidas.

Como diz o jornalista e escritor Zuenir Ventura, o ano de 1968 terminou ou não terminou? O fato é que a esperança vivida naquela época ficou no tempo, como lembrança de um ano que começou cheio de esperanças e promessas, mas que não se completaram. Essa pergunta, que abre o livro de Zuenir, não pacifica. Faz-nos questionar o mundo em que vivemos hoje, que aponta a despolitização e o individualismo.
Politicamente, o ano de 68 não fez o que gostaria de ter feito, mas transformou toda a geração que se seguiu. Para a geração que viveu, foi pouco, já que a ambição de transformar as pessoas, o país, o mundo de uma hora para outra era enorme.
Esse ano pode ser visto para muitos como uma derrota. Mas será que foi?
A história deve ser vista em curto prazo. Devemos lembrar da geração de jovens brasileiros que lutou, desafiou poderes, foi presa e censurada e perdeu anos de sua juventude em busca de um sonho. Ao olhar para frente, também podemos ver que sobre esse período ficou a democracia e não mais a ditadura.
Mas hoje, qual modelo de política em que podemos nos espelhar?
Hoje o que vemos são jovens anestesiados pela falta de projetos coletivos, empurrados pela mídia e pela propaganda trocando a ética pela estética e nos leva a outras perguntas: O que fizemos de nós? O que faremos daqui pra frente?

Um comentário:

ADEMAR AMANCIO disse...

Devia ilustrar musicalmente,com um vídeo da Elis,cantando "Como nossos pais".