domingo, 25 de maio de 2008

1968 e suas flores

Por Maria Aparecida dos Santos (Editoria de Música)

Nas várias manifestações de repúdio a ditadura militar de 1968, as pessoas saíam às ruas entoando canções de protesto. Dentre toda esta música de Geraldo Vandré tornou-se um verdadeiro hino, sendo considerada até hoje um grande marco no cenário musical do Brasil.

Seus versos mesclam as várias faces da sociedade naquele ano tão conturbado. De uma forma sutil o cantor e compositor narra as dores e sofrimentos enfrentados pelas pessoas naquela época, ao mesmo tempo em que de uma forma velada, sugere uma reação por parte do povo contra o regime.

Eis aí, na íntegra, a letra desta pungente canção:

Prá não dizer que não falei de flores

Composição: Geraldo Vandré

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Somos todos iguais

Braços dados ou não

Nas escolas, nas ruas

Campos, construções

Caminhando e cantando

E seguindo a canção...


Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer...(2x)

Pelos campos há fome

Em grandes plantações

Pelas ruas marchando

Indecisos cordões

Ainda fazem da flor

Seu mais forte refrão

E acreditam nas flores

Vencendo o canhão...


Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer...(2x)

Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição:

De morrer pela pátria

E viver sem razão...

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer...(2x)


Nas escolas, nas ruas

Campos, construções

Somos todos soldados

Armados ou não

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Somos todos iguais

Braços dados ou não...


Os amores na mente

As flores no chão

A certeza na frente

A história na mão

Caminhando e cantando

E seguindo a canção

Aprendendo e ensinando

Uma nova lição...

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer...(4x)

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