Por Ana Cláudia Soares e Mariana dos Santos Lopes (Editoria Mundo)
Um momentâneo período de liberdade na Tchecoslováquia
Reprodução Internet/ Blog do Navarro
A tentativa de redemocratização do socialismo na Tchecoslováquia e a conseqüente repressão ficaram conhecidas como a Primavera de Praga. Em busca de emancipação, jovens confrontaram-se contra o poder repressivo. A insatisfação com a centralização do poder econômico e com as restrições à liberdade de expressão, gera protestos estudantis que forçam a saída de Antonín Novotny, um verdadeiro stalinista, da presidência em janeiro de 1968. Seu sucessor Alexander Dubcek, um social democrata, logo ao assumir a chefia do Partido Comunista da Tchecoslováquia, inicia várias reformas, políticas liberais e estimula a parceria econômica com as nações capitalistas do Ocidente. Foi aplicado, desde janeiro até a véspera da invasão russa, novos modelos que condenavam tudo o que tinha sido feito no mundo comunista nos últimos vinte anos que antecederam 1968. Os liberais defendiam a descentralização da economia e o incentivo da produção através de estímulos ao operário, como prêmio em dinheiro e redução das horas de trabalho. Dubcek recebeu apoio dos estudantes, intelectuais e trabalhadores que, influenciados pelos acontecimentos de maio de 68 em Paris, promoveram então manifestações pelas ruas de Praga em nome do “Socialismo com face humana”, algo como uma sociedade democrática que proporcionasse o livre debate e a participação de todos em torno do Partido Comunista.
A partir dessa revolução, Dubcek rompeu com o governo da URSS, ou seja, se deslocou dos demais países, mas estes por temerem a saída dos Tchecos do Pacto de Varsóvia, têm a Tchecoslováquia como uma ameaça. Para os soviéticos, toda coexistência pacífica é excluída. Um socialismo assim traria bastantes riscos, já que Dubcek resistia passivamente às investidas dos russos. Os soviéticos, que lutavam pela “disciplina”, reprimindo revoltas internas e em oposição à “perversão ideológica”, com o objetivo de eliminar o movimento por reformas, juntamente com as tropas do Pacto de Varsóvia comandadas pelos russos, invadem o país em 21 de agosto de 1968. O líder tchecoslovaco Alexander Dubcek é obrigado a abandonar a suas reformas liberais. Destituído, é levado para Moscou. Mesmo com um número alto de invasores, Praga não queria se entregar ao regime comunista autoritário. Os estudantes mantiveram a resistência, porém, não foi o bastante para conter mais de seiscentos mil homens fortemente armados. A praça foi um símbolo do descontentamento, os soldados não toleraram e o combate veio implacável, com prisões, sangue e exilos.
Alemanha
- Perspectivas revolucionárias
A revolta estudantil foi um acontecimento de grande valor em todos os lugares do mundo. Contudo, na Alemanha ocorreu um verdadeiro campo de sangue.
Em 1968 na Alemanha foi época de contestação de milhares de estudantes contra a autoridade da família, da universidade e do Estado.
O pretendido era a libertação ideológica da humanidade e, o ano de 1968 foi como um marco para um movimento a favor da contestação. A manifestação era em prol da liberdade de existência. Não houve reivindicações por luta de classes, muito menos entre operários e patrões, mas, por um modo “encarar” a vida.
O movimento estudantil ensejou fortes mobilizações que, centradas em Berlim, atingiram e convulsionaram todos os cantos da Alemanha Federal.
A iniciativa repercute quando o líder estudantil Rudi Dutshke, porta-voz da proposta de luta por uma “Universidade Crítica”, sofre uma tentativa de assassinato em 11 de abril de 1968.
Os estudantes impregnados pelas teorias da “Escola de Frankfurt” recebem o apoio de intelectuais progressistas e como os escritores Heinrich Böll, Günter Grass e de grandes jornais como Der Spigel e Die Zeit. Os anos de Guerra foram também, conseqüências de jovens que, no contexto da cultura esquerdista do vandalismo e da violência, entregaram-se à prática do terrorismo pelo prazer da aventura. Era uma luta a favor da libertação, mas o enfrentamento foi um ato imaturo.
A explicação ideológica daqueles complexos embates exige mergulho na mistificação, sobretudo porque se iniciaram os acontecimentos propiciados pela Banda Baader-Meinhof, (movimento armado, principal grupo guerrilheiro da Alemanha Federal) foi concluída com atos de sangue promovidos, não pelos terroristas derrotados, mas pelo Estado alemão vitorioso. Também devido ao epílogo dramático, a Fração do Exército Vermelho (RAF) assombra ainda a Alemanha, exigindo uma catarse histórica jamais realizada. Duramente as manifestações, na Alemanha Ocidental tiveram mais de 500 feridos entre policiais e civis.
Fontes de pesquisa:
Almanaque Abril 2007-História / Mundo
Revista Espaço Acadêmico nº 82- 3/2008
Veja nº 1-11/09/1968
Enciclopédia Barsa
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